sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Parabéns, vascaínos!

Hoje você deve ter acordado e pensado: “Putz! Que chuva”. Talvez tenha até resmungado. Mas você sabe que dia é hoje? 21 de agosto de 2009 – 111 anos do Clube de Regatas Vasco da Gama, certo? Mais ou menos. Hoje também é o dia do meu, do seu aniversário. Vascaíno de verdade não nasceu em 1981, 1964, 1915. Vascaíno que é vascaíno nasceu junto com o clube em 1898. Temos todos 111 anos de existência. E como tem sido essa vida?

Enfrentamos obstáculos, superamos grandes desafios. Provamos que negros podiam jogar futebol e ser cidadãos – aí estão Élton, Mazinho e Romário. Formamos equipes inesquecíveis que conquistaram além de títulos, a admiração dos adversários – quem não conhece o Expresso da Vitória?

Fomos repelidos por não termos estádio. Construímos um com a união de nossos torcedores e são os adversários que hoje não tem uma casa – São Januário é o caldeirão. Viramos partidas onde nos davam como derrotados – Vasco 4 x 3 Palmeiras. Combatemos o inimigo dentro da própria casa – prefiro não comentar.

São histórias da nossa vida. É um orgulho sem limites, sem tamanho, sem fronteiras. É nossa essência resgatar e cantar ao mundo quão grande é esse sentimento. Temos uma vida movimentada por lutas e batalhas, conquistas e perdas. Muitas lágrimas rolaram nestes 111 anos. Muitas de alegria, outras tantas de tristeza.

Não reclame da chuva que cai hoje sobre o Rio de Janeiro (e talvez até em outros estados). Ela veio para regar a semente que plantamos lá atrás e que cresce como uma família de verdade.

Voltamos a acreditar no clube e formamos novas parceiros. A principal mudança não veio na camisa, nas dependências ou no patrocínio. O fato mais importante desse novo momento foi a mudança na postura do torcedor que mostra com orgulho que quando o Vasco jogo ele vai para incentivar, ganhando ou perdendo.

Por essas e outras que celebramos com tanto entusiasmo esse nosso aniversário. Amanhã nos encontramos no Maracanã para escrever mais um capítulo dessa história.

Saudações vascaínas,
Renata Neris - www.renataneris.blogspot.com

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

São Januário ou Maracanã?

Admita: você também já se fez essa pergunta, não fez? Muitos só querem jogos em São Januário. Sentir a energia e a vibração da nossa casa é maravilhoso, não tem adjetivo que descreva com exatidão o que é assistir um jogo naquele estádio. Outros adorariam mais partidas no Maracanã, palco histórico do nosso futebol. Se juntar a “ola” daquele anel gigante é simplesmente fantástico.

Mas aí vem a pergunta: São Janu ou Maraca? Vou contar uma história. Sou uma vascaína que foi primeiro ao Maracanã. Já se passaram 17 anos (UAU!), mas ainda tenho em minhas lembranças as imagens daquele 29 de março de 1992. Fazia um dia lindo, céu de brigadeiro. Acordei cedo, ansiosa com a partida. Você acredita que meu pai me levou pela primeira vez a um estádio e foi logo num Vasco x Flamengo? Louco!

Ainda vejo nitidamente minha chegada ao Maior do Mundo. Parei na subida da rampa e olhei para cima bem devagar, quase em câmera lenta. Aquelas eram as maiores pilastras que eu já havia visto na vida. Imagina toda essa grandiosidade para uma criança. Havia 92.982 torcedores no Maracanã naquele dia. Foi tudo perfeito e o Vasco goleou com gols de Bebeto (2), Edmundo e Flávio. Luís Antônio descontou para eles.

Só fui conhecer São Januário, acreditem, dois anos depois. Não me perguntem porque. Não faço idéia porque meu pai não me levou antes. Nessa época eu já era frequentadora assídua do Maraca. E nada de São Janu.

Até que conquistamos nosso primeiro tricampeonato carioca. Meu pai não aguentou a pressão que meus irmãos e eu fizemos e nos levou ao jogo de entrega das faixas. Esta é outra história que contarei aos meus filhos. Casa lotada, sol escaldante e o que meu pai faz? Vai com os três filhos de trem e sem ingresso. E fomos os quatro peregrinando da estação de trens de São Cristovão até São Januário.

Chegamos lá e é claro que não havia ingresso. Estava tão cheio e era um dia tão especial que liberaram o portão da social e conseguimos entrar. Agora respira porque ainda não acabou. Estamos todos dentro do estádio felizes e sorridentes quando surge um negão com uns dois metros de altura perguntando se queríamos entrar com o time em campo. Imagina a reação, né? O Vasco perdeu a partida para o Cruzeiro (Dida era o goleiro), mas a felicidade era tanta que nem fez diferença.

Estas foram a minha porta de entrada no mundo vibrante do futebol. Muitas e muitas histórias se seguiram depois. Boas e ruins, umas engraçadas, algumas até perigosas. Em São Januário ou no Maracanã eu estava lá nos momentos de alegria e de tristeza também. Assistir aos jogos do Vasco é bom em qualquer lugar.

E se alguém me perguntar qual estádio prefiro, a minha resposta é curta e simples: eu quero é ver o Vasco jogar. Sempre!


Saudações vascaínas,
Renata Neris - www.renataneris.blogspot.com