terça-feira, 26 de maio de 2009

Um pedaço de papel rosa

Mudei a alguns meses para Niterói. Cidade pequena se comparada ao Rio. A classifico até como bucólica em muitos momentos. Mas esse não é o motivo dessas linhas.
Como disse, a pouco tempo trouxe minhas bugigangas para Nikiti. Saí de uma casa grande e espaçosa para um apartamento de um quarto. Mudança radical, eu sei. Até hoje não encontrei meu fone de ouvido. Muita coisa ainda está em caixas e pastas. Pura preguiça. Mas essa semana revolvi mexer em uma destas caixas. E para meu alívio encontrei os ingressos que consegui guardar ao longo desses 15 anos em estádios. Não é muita coisa, mas encontrei relíquias.
Um pedaço pequeno de papel quadrado. Era rosa, um pouco parecido com aquele famoso papel higiênico. Bem simples, tinha o texto em tinta preta e levou minha imaginação para bem longe.
Voltei ao ano de 1999. Ainda comemorávamos o tricampeonato brasileiro (1997) e as conquistas do centenário: o Campeonato Carioca e a Libertadores da América (1998). Estávamos eufóricos nessa época. Mais uma final a vista. A confiança era grande. Aliás, não existia qualquer ponta de desconfiança.
Aquele sábado nasceu lindo. Céu azul, sol brilhando nas camisas brancas com a faixa e cruz de malta no peito. Aquele seria mais um dia inesquecível no Maracanã. Sim, íamos jogar essa importante partida no Maior do Mundo.
Não sei o que acontece com vocês, mas nessas ocasiões especiais eu sinto uma energia diferente. Às vezes positiva, outras não. E nesse dia tudo parecia favorável.
O Maracanã estava perfeito. Um mar branco de camisas cruzmaltinas começou a cantar antes mesmo do início da clássica partida. Na época estava na moda uma música já adaptada pelas torcidas. “O Maraca é nosso. Aha! Uhu!” Ela era entoada toda vez que a polícia diminuía o espaço destinado ao adversário, tomado pela onda vascaína.
Foi a primeira partida da final do extinto Rio x São Paulo. Ganhamos o jogo e o campeonato. Não lembro quem fez os gols, mas não esqueço a imensidão da nossa torcida naquele jogo.
Fato que podemos repetir nesta quarta-feira contra o Corinthians. É verdade que não ganhamos nada desde 2003. Fomos ao fundo do poço com o rebaixamento. Mas o Vasco é grande e sua torcida tem provado isso em 2009.
Sinto a mesma euforia que senti em 1999. A energia é a mesma daquele sábado. As arquibancadas do Maior do Mundo serão novamente tomadas.
Os dirigentes passam. Daqui a dois, três anos nem lembraremos a escalação desse time. Mas o movimento das arquibancadas jamais será esquecido. Por nós e pelos adversários. O momento é nosso. A hora é agora. E nós podemos fazer muito por esse novo Vasco da Gama.

Saudações vascaínas,
/+/ Renata Neris

5 comentários:

  1. Perfeito esse texto! Arrepia!!!! Nessa época eu num ia muito a jogo, meu pai não me levava. Eu quero um ingresso pra amanhã!!!! Num posso sair do trabalho pra comprar, droga! Beijo, guerreira! (Daniele - GDA)

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. O Vasco é um time de segunda divisão.

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  4. Saudoso tempo em que não eram necessários os mosaicos e pirotecnias cafonas pra uma torcida fazer realmente uma bela e empolgada festa.

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  5. Entrar em um estádio para ver seu time jogar é como passar por um portal para outra dimensão, todos os problemas somem, o mundo exterior não mais existe... É incrível o poder que aquele lugar tem sobre os apaixonados por um time de futebol...

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